Não é raro considerar que a gestão comporta em si a liderança e que é líder aquele que é gestor. A ideia subjacente é que os conceitos de liderança e de gestão se implicam mutuamente; não existe um sem o outro. Esta ideia não é, porém, correta, nem corresponde à realidade concreta. Esta evidencia que, muitas vezes, há gestores que não são líderes e líderes que não são gestores.

Julga-se que o motivo principal para acreditar nesta ideia errada está relacionada com a crença de que um bom gestor tem de ser um bom líder e que não é um bom líder aquele que não é um bom gestor. Levando esta perspetiva ao limite das suas consequências, não é possível considerar gestor aquele que não sabe liderar. Esta crença expressa sobretudo um desejo ou uma idealização da gestão e liderança. Aqueles que são gestores gostam de pensar em si como líderes e os que são líderes julgam-se capazes da gestão. Por sua parte, os que são geridos esperam liderança do gestor e, quando liderados, esperam que os líderes saibam gerir.

O que essencialmente distingue o gestor do líder é o tipo de poder que cada um detém. O gestor tem um poder diretivo de acordo com o qual submete a decisão racional a afetação dos diversos recursos organizacionais de modo a realizar objetivos previamente fixados. Já o líder tem um poder de influência e mobilização de vontades e comportamentos voluntários que contribuem para o sucesso organizacional. A reunião numa mesma pessoa destes dois poderes complementares aumenta, sem dúvida, a eficácia e felicidade organizacional.